Não me refiro ao fugir do óbvio na tentativa de ser diferente ou fazer diferente aos olhos alheios. Refiro-me à fuga do óbvio que está dentro da gente, aquela velha mania de apostar no certeiro, de acreditar que já conhece tudo que se gosta. A fórmula funciona e não se fala mais no assunto.
Quando sinto que tá ficando tudo com a mesma cara e bate à porta aquela vontade de mudar, tento não seguir meus padrões pré-estabelecidos. É algo como uma auto-sabotagem consciente, como comprar um tecido para forrar uma cadeira numa estampa encantadora com cores que nunca cogitei.
Pode parecer bobagem mas, quando se altera um mínimo pilar, inevitavelmente é preciso mudar todo o entorno para que funcione: trocar as habituais flores que adornam o vaso, repintar um aparador, reformular a disposição dos objetos. Muda-se, de verdade!
Se não tivesse tido a coragem de me “sabotar”, é muito provável que tivesse morado na mesma casa em endereços diferentes, que não tivesse descoberto que roxo e verde formam um belo par, que é muito agradável ter uma cama na garagem e muitas plantas dentro de casa representam mais satisfação do que trabalho.
Resumindo, poderia ter sido mais fácil, mas teria aprendido e me surpreendido bem menos. A gente tem o costume de abandonar os lampejos que soam pouco familiar, como a possibilidade de ter uma passarela de ladrilhos no meio do living.
De arriscar cores fortes e estampas no quarto, porque acredita piamente que elas estão restritas a áreas de maior convívio.
E tem receio de chamar muita atenção em determinados objetos, se esquecendo que pode ser uma boa alternativa para poder ter um entorno mais simples.
Duvida da capacidade do jardim imperfeito, se esquecendo que a soma de tudo que o rodeia também deve ser levado em conta.
Questiona a convivência de diferentes padrões, sem ao menos dar a chance de um breve namoro.
Permanece tão absorvido no universo da organização que um catadinho de itens num mesmo espaço se torna impensável, mesmo que ele seja super arrumadinho.
E cresce achando que cozinha é só sinônimo de praticidade e limpeza, se esquecendo dos bons momentos de prosa que ela pode proporcionar.
Encara o universo dos estilos como linhas que nunca se cruzam e não leva em conta que objetos corriqueiros bem acompanhados possam dar conta do recado como belos adornos.
Ou carrega sérias dúvidas de dividir ambientes apenas utilizando revestimentos diferentes na parede.
Existem horas que precisamos nos pegar de calça curta mesmo, arriscar a se perder no caminho, afinal não dá pra chegar num destino diferente se fizermos todas as vezes o mesmo percurso.
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Fonte: Casa Abril / Casa Vogue / Casa&Jardim / Cush and Nooks / Decor8 / Design Files /Design Sponge / Interiors Porn
6 de novembro de 2014 at 18:30
Que padroes giros. Adorei*
6 de novembro de 2014 at 19:22
Você, como sempre, me fazendo repensar aqui…na verdade, a decoração da minha casa, parece que nunca fica pronta. Quando acaba dum lado já precisa começar do outro… ainda não sei se terminei, se ficou pronto., parece q sempre falta alguma coisa!
Mas fugir do óbvio, daquilo que sempre acho bonito, deixar o diferente me incomodar, é um bom exercício. Farei…
Beijos,
Luiza
6 de novembro de 2014 at 19:39
Como você toca no fundo da nossa alma com esse texto!
Me pego sempre olhando o que fiz e o que ainda tenho que fazer…Já mudei tanta coisa aqui em casa em pouco tempo e sempre ouço minha mãe dizendo…mais porque você mudou isso de novo? 😀
Adoro mexer e remexer e como disse a Luiza quando acabo um lado começo o outro :D…Isso nós renova e é bom demais fugir do óbvio né?
Bjus no ❤
6 de novembro de 2014 at 22:14
Hola amiga querida !! me falta el portugués para comprender todo.que tenga un buen día
besos
9 de novembro de 2014 at 20:03
Mais um post incrível Helka.
A imagem da sala de jantar foi realmente surpreendente!!!!!
amei as imagens 😉
bjus, uma semana cheia de boas surpresas pra ti
10 de novembro de 2014 at 10:34
The floor tiles in the first photo are awesome!
Have a great start of the week 🙂
http://beautyfollower.blogspot.gr
10 de novembro de 2014 at 15:56
Gostei tanto!
Este é um post para guardar e consultar, Helka!
Gostei das imagens tão sugestivas e das frases que as acompanham: já não falamos “só” de casas: somos nós e os nossos estereótipos; nós e o espaço que nos prolonga e que reflecte o nosso “estar” e por vezes o nosso medo de sair da zona de conforto!
Um abraço!
11 de novembro de 2014 at 11:03
Eu sempre saio daqui super inspirada, doida para “mexer” em um monte de coisas em casa! Que post maravilhoso, tão bom fugir do óbvio (e surpreender-se)!
13 de novembro de 2014 at 11:15
Olá Helka, a última frase do seu belo texto, resume e diz tudo. Há que arriscar, descobrir novos caminhos para vivermos em várias casas, ainda que não há um par de anos não mudemos de lugar. Beijo grande!
4 de dezembro de 2014 at 10:46
bom dia Helka, tudo bem querida ?
eu colecione latas vintage, mas ainda não encontrei um modo de inserir la na decoração, são muitas e de varias cores e tamanhas,
e nao tenho espaço aqui na minha sala para elas,
mas quero inventar um modo de expor las