Hoje lembrei de minha avó paterna, a pra frentex. Adorava tudo que era novidade, foi uma das primeiras avós que vi usar tênis e falar palavrão.
Meu pai já era um cara que cultivava o gosto pelo antigo e pelas manualidades. Tinha extrema habilidade com madeira e, nas horas vagas, colocava a mão na massa.
Super detalhista, suas peças sempre tinham algum tipo de recorte especial ou adorno que as tornava bem singular. Terminadas as confecções, feliz da vida nos chamava para mostrar seu feitos.
Mais que depressa, minha avó expressava: ” Nossa, parece que comprou pronto”. Aquilo, pra ela, era o maior dos elogios. Pra ele, era a morte.Claro, ralava pra dar todo seu talento e o ” comprar pronto” representava a falta de personalização.
Ela não enxergava dessa forma, pois participou de uma época em que a oferta de produtos era super pequena e o preço alto. Então, o comprar pronto dela vinha de um outro contexto, tinha um outro valor.
Relembrei esse episódio da minha família porque vi um post da casa de Sussana Vento, interior designer, e ela cita que, para seus clientes, parte em busca de novos produtos, mas na sua casa a história é diferente: escolhe peças que resistam a tendências e faz muitas manualidades.
Achei uma excelente prova de que o estilo “faça você mesmo” , acima de tudo, retrata o carinho com o espaço onde vivemos. É poder criar uma extensão da gente, é se ver em cada detalhe como se olhasse pra um espelho, incluindo todas as nossas transformações.
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19 de julho de 2012 at 22:24
Helka,
Acho uma oportunidade muito grande, ter histórias tão gostosas como essa. Sua avó moderníssima, um barato! me lembrou minha tia avó, que não ficava por perto dos mais velhos por nada desse mundo, adorava a companhia dos mais jovens. Ultra saidinha!
Com relação a designer, concordo plenamente e acho bastante importante a idéia de levar um pouco da história de vida, conservando o que se tem, sem adesão plena a modismos. Prezo muito a memória afetiva. Minha casa está repleta de coisas que me acompanham há muitos anos. Privilegio muito isso.
Beijocas e ótima noite!
19 de julho de 2012 at 22:56
Eu adoraria conseguir fazer mais coisas em casa…mais não..alguma coisa.
Menina…vou de Brotas para São Carlos, 65 km, todos os dias…chego as sete e meia da noite morrendo de canseira..rs…minha casa tá ficando em último plano.
Judiação, né?
Quando vejo um post desse , me dá uma dorzinha no coração…em não curtir mais a minha casa.
Mas fazer o quê, não é mesmo ?
Bjkas
Paula Kasas
21 de julho de 2012 at 8:08
bom dia Helka!
Adorei teu post essas memórias estampadas na casa nos fazem sorrir nos dão segurança, são amuletos do nosso bem, uma demarcação do nosso território, a minha casa é um laboratório, vez que outra tenho que me explicar pra minha filha, hhee que ela pegou na metade, tem que esperar eu finalizar mas eu gosto dessa brincadeira com a casa me sinto criança com um espaço enorme pra me esbaldar ehehe, adorei as imagens mostram muito dessa personalidade iimpressa, bjos amiga, bom final de semana!
24 de julho de 2012 at 10:13
Eu acho que isso vai se tornar uma tendência.Com as pessoas se voltando cada vez mais para dentro de casa devido a vários fatores(violência,insegurança),naturalmente vão querer imprimir sua marca ao seu redor.
Acho lindo!!
Beijos!!!